Podolatria: prazer ou transtorno?

Parafilia e divergência social

Parafilia (do grego para,"fora de",e philia, "amor") é um padrão de comportamento sexual no qual, em geral, a fonte predominante de prazer não se encontra na cópula, mas em alguma outra atividade. São considerados também parafilias os padrões de comportamento em que a divergência se dá não no ato, mas no objeto do desejo sexual.
Wikipédia (Ver também: Sexo não-penetrativo)



"Para a psicologia, o fetichismo é uma parafilia, um tipo de comportamento sexual em que a principal fonte de prazer não é resultado da cópula, mas de outra atividade — o fetiche —, diz a psicóloga e sexóloga Isabel Gonzalez. Algumas parafilias são inofensivas, mas às vezes afetam o desejo sexual normal da pessoa e se tornam uma disfunção, que precisa ser clinicamente tratada. Isso porque o paciente não consegue sentir desejo sexual pela cópula, apenas por seu objeto de afeição, o que dificulta o relacionamento afetivo da pessoa — diz a sexóloga. Sexo oral, sexo anal e homossexualidade eram considerados desvios da sexualidade no passado. Portanto, as mudanças sociais também causam a mudança dos conceitos sexuais."

"Uma pessoa pode ser considerada divergente apenas porque sua conduta difere de uma norma socialmente aceita, mas também porque difere de um ideal moralmente aceito. Assim, embora um casamento feliz seja provavelmente exceção e não regra, a pessoa solteira ou infeliz no casamento é muitas vezes considerada anormal e socialmente divergente. Há tempos atrás, quando a masturbação era indiscutivelmente tão frequente quanto hoje, os psiquiatras consideravam essa prática como um sintoma e causa de insanidade.

O fetichismo é normal?
Há 100 anos o sexo oral-genital era considerado espúrio, doentio e perverso. Hoje é praticado por pais e mães de família. A pergunta que se faz hoje em relação ao fetichismo é o que ele significa para o usuário. Um casal que pratique sexo usando trajes de couro talvez não seja menos estranho do que um sujeito que coleciona selos raros. Mas, se esse gosto exótico implicar um distúrbio que leve ao crime, como foi o caso de muitos fetichistas homicidas, então é preciso interferir, conforme indica o caso de William Heirens, que aos 16 anos assassinou três mulheres, obcecado pela textura de suas calcinhas. Ou, ainda, é necessário estudar esses comportamentos para perceber seus limites.
Buscando os motivos
Alguns dizem que o fetiche é exclusivo do sexo masculino, porque as mulheres, não tendo que conseguir ereção, não necessitam de fetiche. No fetichista persistiria o temor infantil quanto ao sexo oposto. A idéia é de que, ao se sentir sem condições de manter relação sexual com uma mulher, ele a  substituiria pelo fetiche. Portanto, garantiria a ereção graças à diminuição da ansiedade.
Outros afirmam que o fetiche tem origem na primeira infância, em que a criança com poucos meses atenuava a angústia da separação da mãe pela presença de um objeto, por exemplo, o ursinho de pelúcia, travesseiro, cobertor. Nesse caso, o adulto não teria aprendido a mudar o objeto de amor e a viver em sociedade. Dizem também que o fetichista tem sentimento de culpa e de inferioridade sexual; portanto, se apega obstinadamente ao fetiche para ter certeza de que não vai falhar. 
Quem não tem muita certeza do porquê de o fetiche ser exclusivo do sexo masculino arrisca algumas hipóteses. Talvez seja porque desde pequenos os homens foram acostumados a tirar prazer do sexo, sendo sempre encorajados a experimentar. Assim, suas associações com sexo são mais amplas que as das mulheres. Além disso, eles teriam sido acostumados a pensar em sexo sem a presença da mulher. 
Habituados à pornografia, é comum se masturbarem enquanto olham imagens, e mais tarde seriam facilmente excitados por objetos inanimados. Esses autores alegam que a mulher, ao contrário, foi condicionada a associar prazer sexual a um relacionamento amoroso. Questionam até se, com o aumento da liberdade da mulher em relação ao sexo, uma dose de fetichismo não entraria em sua vida.
O Livro de Ouro do Sexo; Regina Navarro Lins e Flavio Braga; Ediouro

Medo da rejeição inibe comportamento fetichista
Todo mundo tem fetiche, mas nem todos permitem que ele aflore e torne-se um elemento a mais na relação sexual. "O fetiche é percebido como algo diferente, que nem sempre é adequado. O medo de seus desejos não serem aceitos faz com que o fetichista não os expresse constantemente", diz o psicoterapeuta sexual Oswaldo Rodrigues, diretor da entidade WAS (World Association for Sexology). O preconceito, ainda que menos intenso do que há alguns anos, existe e inibe algumas pessoas, que se sentem incomodadas quando se descobrem fetichistas. "As pessoas não têm o costume de associar a vida sexual a estímulos que vão além do parceiro em si. Trazer um objeto para a relação muitas vezes é tido como sinônimo de perversão", diz o psicólogo Eduardo Yabusaki, coordenador do ambulatório de sexualidade do Centro de Estudos em Comportamento Humano Persona. Os critérios morais também contam, "vindos principalmente da família, que acaba reprimindo manifestações sexuais consideradas diferentes", diz o médico Bernardo Lynch de Gregório, da Associação Brasileira de Psiquiatria.
Folha Equilíbrio
Ver também: Preconceitos e dúvidas impedem dominatrixes de "sair do armário"

Com os pés na cabeça
Segundo a psicóloga Laura Menezes, "Não tem nada demais gostar de pés. Freud diz que a sexualidade não é só no genital. Mas, se o pé passa a ser um fetiche, se a pessoa passa a gostar só de pés, há uma supervalorização deste órgão. A erogenização do membro tem um investimento libidinal grande e a pessoa deixa de usar essa energia para coisas mais produtivas como o trabalho, conhecimento, o lazer, na parte amorosa e também no ato sexual".
"Mulher de 30"

Vou ser sexualmente diferente e desfrutar disso
"Sempre tive tesão por pés femininos, como todos vocês (acho eu), é um fetiche que vem desde a infância. Minha primeira lembrança sobre fetiche… foi quando eu tinha uns 4 anos"..."Adoro ser podólatra. E se um dia pudesse escolher ou trocar de fetiche, optaria por pés, sem troca ou cura. Quando eu era novo, achava essa tara estranha, tinha vergonha, ninguém podia nem desconfiar. Sei lá o que iriam pensar"..."Nenhum amigo meu sabia, meus pais nem imaginavam. Eu achava que era problema de reencarnação". 
Fórum - Podolatria Brasil


Diversão e tormento
"Podólatras, eu perdi as contas, mas me lembro especialmente de dois. Um que me fez odiar por anos a podolatria, pois o fetiche pelos meus pés, que a princípio eu achei até divertido, transformou-se em um tormento quando ele desenvolveu uma obsessão pelos meus pés e se saciava sem penetração. Isso em uma época em que eu acreditava que sexo era penetração. Anos depois conheci um outro que me mostrou exatamente o contrário, que as preliminares do sexo regadas a deliciosas doses de podolatria, podiam ser finalizadas (ou não) com a penetração. Conhecer este fetichista me fez abrir a mente para um universo de fantasias, onde descobri que penetração era apenas uma das muitas formas de ter prazer."
A Vida Secreta

"Eles não sabem que sofrem"
"O problema é que, em via de regra, o fetichista, aparentemente, não tem problemas com o seu fetiche o tanto quanto deveria ter. Ou seja, aplicando aqui um conceito clínico tirado de Freud, o fetichismo não é sentido, pelo fetichista, como um sofrimento. Pelo contrário, eles estão satisfeitos com ele e louvam a sua utilidade. Des Brosses não se conformava com a indolência do estado do fetichista, que nada sabe e nada quer saber; Marx, da mesma forma, para além de criticar o enfeitiçamento da mercadoria, critica ainda mais o fato de as pessoas consentirem nele, se aferrarem a ele como forma de vida (o termo não era dele, ele usaria modo de produção). Percebe-se que o campo do outro, o censurado, é, além do próprio fetichista, quem não vê como censurável esse comportamento."
Fetichismo e Melancolia; Antonio Herci Ferreira Júnior

Uma condição inerente
"Tenho a teoria de que os podólatras  (pelo menos eu) já nascem assim, ninguém escolhe ser, e não tem como deixar de ser (ah é, me empolguei e esqueci de dizer que podólatra é quem tem fetiche/admiração por pés). É uma coisa extremamente complexa e peculiar, pq por exemplo, quem é podólatra  não consegue imaginar como alguém pode não ser, e quem não é, muitas vezes não consegue imaginar como alguém pode ser (tendeu? rsrsrs), eles dizem 'aff, que graça tem nisso, são só pés ¬¬'."
Pererekas

Você tem religião? - Sou podólatra!
No ensaio “Análise de um Fetichista dos Pés”, Wilhelm Stekel, que pertenceu ao grupo de Freud até 1912, vai dizer que “o fetichismo é uma religião substitutiva”.
Podolatria Tumblr

Ela pisa... e eu adoro
Podolatria é fetiche pelos pés. Não quer dizer que o apreciador da coisa em questão seja um submisso (embora muitas vezes ele o seja) nem tampouco que tenha vocação para habitar o manicômio.
Revista VIP

Tesão é algo inexplicável
O tesão, sem dúvida nenhuma, é algo de inexplicável. Ele pode ser despertado nos mínimos gestos, ou ter seu foco nas partes mais remotas da anatomia humana, como o dedo mindinho (!). Sim, sim, sim! Todas já devem ter ouvido falar dos adoradores de pés – aqueles homens que perdem a cabeça ao se deparar com um número 34, bico fino. Pois essa prática tem nome: podolatria. E o Bolsa colocou o pezinho no terreno desse famoso fetiche para desvendar o significado de um belo calcanhar.
Imaginar que uma pessoa fica excitada mordendo, lambendo, chupando ou beijando os pés de alguém parece estranho. Fora pensar na sujeira e nas bactérias que são, praticamente, coadjuvantes desse ato sexual. Mas, acredite, há quem morra de tesão por essa prática milenar, que possui um fã clube de deixar qualquer astro pop com inveja.
Bolsa de Mulher

Aroma
"Desde pequeno sinto uma vontade louca de cheirar pés femininos." Leia aqui

Cada um tem suas preferências sexuais
"Gosto de ver pés femininos em sandálias de borracha." Leia aqui

Com os pés na cabeça
"Eu não quero saber se a garota é feia, bonita, zarolha... eu quero ver o pé dela!" Leia aqui

Estudo sugere que entusiastas do sadomasoquismo são psicologicamente mais saudáveis
O motivo porque os adeptos das práticas fetichistas obtiveram melhores resultados [em testes de personalidade e psicológicos] pode estar ligado ao fato de serem mais conscientes e comunicativos sobre seus desejos sexuais. Outra razão seria terem de realizar um difícil trabalho psicológico para aceitar e conviver com as suas necessidades sexuais, que se afastam do que é considerado socialmente aceitável.
Activa (Em português) | Livescience (Em inglês)
Ver também: Os benefícios dos fetiches | Sadomasoquismo light alimenta imaginário | Por que alguns tipos de dor causam prazer?

"Podolatria, existe cura?"
"Ola, tenho 15 anos e tenho muita atraçao pelos pés
Mas nao gosto disso quero, ser normal; tem como me curar disso?"

"Existe alguém que seja um ex-podólatra?"
"Sou podólatra desde muito novo mas não gosto disso. Qualquer um sabe que uma parafilia pode atrapalhar um namoro ou relacionamentos por ser algo que poucos aprovem. Além disso, eu não me sinto mais bem fazendo isso ou sendo um podólatra. Queria ter as tendências sexuais como todos têm. Alguém sabe uma maneira segura de me curar disso?"

"Sinto atração por pés femininos. Será que sou lésbica?"



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4 comentários:

Unknown disse...

Caro colega, homosexualismo tem cura ? Acho que sabemos muito pouco sobre ser podólatra ou não, psicólogos afirmam que esse gosto por pés se consolida ainda na infância, dizem que é um laço afetivo criado por termos recebido carinhos em nossos pés quando bebes, creio ser impossível uma cura. Tenho 38 anos e não quero me curar, acho muito bom, porém devemos tomar cuidado com o outro para ele não ser apenas um par de Pés, bumbum, genitália, ou mamas. Isso não acontece só com os podólatras, pessoas "normais" tem problemas muito piores que os nossos, na minha opinião temos que buscar nossos pares e encontrar pessoas que compartilhem dos nossos gostos, quando não podemos mostrar ao outro que ele tem muito mais atrativos do que imagina. Espero ter ajudado, ainda recordo que na minha infância quando fiquei embaixo do sofá apreciando os pés de uma amiga de minha mãe rsrsrs
abç.

Unknown disse...

Não sei se o termo "pedolatra" como é abordado no site seria o meu caso.
Eu vejo nos pés femininos, a parte mais importante da beleza de uma mulher. Não consigo dizer se uma garota é bonita ou não, sem antes ver os seus pés. Não consigo cruzar com uma garota na rua sem mirar seus pés... se eles não me agradam, nem olho o "resto", rsrsrs...
Mas, não vejo os pés como órgão sexual ou parte envolvida no sexo. Nunca tive tara para passar o pênis no pé de uma garota, por lindo e atraente que ele seja.
Sou caçador de pés de pessoas famosas. Leio resvistas com fotos de artistas e vou direto conferir se o pezinho está a mostra.
Sei não...
O que vocês acham?
Sou mais ou menos "doido" que vocês?
kkkkkk

Felipe Augusto disse...

Sou podólatra nato,e sofro muito com isso porque só consigo sentir desejo pelos pés.Sinceramente não sei o que fazer

Anônimo disse...

Felipe Augusto, boa tarde, sou podólatra desde que descobri que esta atração por pés tinha um nome.

No entanto desde minha infância reparo em pés, me sinto atraído e levo a minha concentração e imagens dentro da cabeça, antes, durante e após os momentos de relações, no dia-a-dia ao observar na rua, na tv ao assistir filmes, seriados e etc... aprendi a ter meus momentos relacionados aos pés ao vivo, imagens, ilustrações e etc... consegui deixar de lado este sentimento sobre este relato seu "sofrimento" e me sinto apenas frustado quando foco em alguém e não consigo ver este pé com lado e angulo ao qual em meu eu decidi que melhor me satisfaz.

No entanto estudo ha alguns anos sobre o assunto e não vejo que seja perigoso, ruim, predatório e outros. Pois vejo em mim mesmo que não tenho problemas, em meu casamento pois quando observo pés alheios, mesmo minha esposa já me perguntou porque quando eu olho, não observo... enfim bernas? peitos? quadris? por que não me atrai? mas depois de tantas perguntas... hoje ela gosta desta opção de profundo desejo pois ela procura usar calçados como sandálias, rasteirinhas, chinelos e outros a qual me despertam desejos.

Espero ter tirado esta frustração e lhe dado uma perspectiva para suprir esta agonia a qual demonstra. Abraços